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Palavras, farsas e silêncios
Tu queres poesia?
Então, perfuma-te num longo banho,
Despe tua mais sedosa camisola
E deita teu belo corpo naquela cama.
..........Sim! Aquela, onde enfrento meus medos
..........Todas as noites
..........Sem teu hálito doce e só.
Agora, abre teus braços
E oferece teus seios
Com teu melhor olhar...
E cala minhas palavras
Com os beijos
Que te levarão pra bem longe daqui.
Confia-me teu ventre
Às luxurias que aprendi nos bordéis,
Onde jamais pisastes...
..........E entreabre tuas pernas
....................Relevando-me teu melhor abismo...
Tu queres poesia?
Então, receba a poesia que te cabe!
..........Sente como ela te avassala!
....................Te corrompe, te reduz a simples fêmea.
Percebes a poesia, agora, dentro de ti?
Pois, ela é tua! Somente tua...
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... E eu te espero...
Nesse movimento contínuo
De certeza, dúvida...
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...Até que a tua meretriz
Libere o urro que trazes
Preso à garganta,
Parido de tuas entranhas
E liberte teu melhor orgasmo.
...Louco? Eu?
Não, apenas um raro
Um poeta, talvez amante...
..........Mostra-me um poeta
....................Que não seja louco,
..............................Que te mostrarei um farsante!
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Anderson Fabiano
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Imagem: Getty