Ecos
Ouço gritos
Paridos nos porões
Da alma conturbada
E corro...
Braços estendidos,
Cúmplices
Que tateiam nas paredes viscosas
Do nada, do sempre, do nunca...
Chicotadas indevidas
Ardem-me nas costas
E a escuridão emoldura
Meu desespero.
Encontro suas mãos
Trêmulas, suadas, com medo,
E seus olhos sorriem
Por baixo da última lágrima.
Cedo meu ombro
Beijo sua boca
E seus gritos são,
Enfim,
Apenas novos gemidos de prazer.
Anderson Fabiano
Este poema se complementa com o poema Mudez, de Helena Chiarello, postado no Revelar.
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