20/06/2010

Obrigado, silêncio


















Obrigado, silêncio...

Resgatei-te na memória cármica
Revendo fragmentos deixados na alma
Escondidos, protegidos, ungidos em Paz.
Numa paz que me roubaram,
Quando te tomaram de mim.

Redesenhei-te, então,
Através dos tempos,
Amparado pelos silêncios
Das tantas solidões
Que tua ausência me impôs.

No mesmo silêncio,
Que com seu sibilo secreto
Recantou-me tua voz
E renasceu-me na certeza da tua presença,
Não mais longínqua ou tênue ou incerta...

Mas, foram teus melhores odores
Que destinaram um sorriso
Aos meus lábios cansados
De proferir teu nome sem eco,
Sem respostas, ávidos de teus beijos,
Perdidos em outros tempos.

Então, soube de ti
Pelo almíscar revelado,
Pela mão estendida,
Pelo abraço que, tardio,
Sempre soube que um dia
Voltaria ao laço
Que nos faria unos,
Como da primeira vez.
.
Anderson Fabiano
 
Imagem: Google

Este texto se complementa com o poema "Eternos",
de Helena Chiarello, postado em Revelar.
.