29/05/2010

Lápis




















Lápis

Amarga-me rever na janela do tempo,
A quantos de ti condenei à morte,
Em reles tocos, abandonados ao relento,
Trocados pela efemeridade infantil
.......... De criar bailarinas paridas
.................... Em inocentes apontadores.


Agora, quando o tempo bate-me à janela,
Denunciando todos os tempos idos...
.......... Quando nem todos os desejos
.................... Se traduzem...
E as noites se alongam
.......... Em traduções simultâneas
.................... Da melhor paixão que soube preservar,
Reverencio-te parceiro
.......... De meus dons prescritos
.................... E sei-te sábio,


Pois, um lápis é uma infinidade de poemas,
.................... Estupidamente, não escritos...

Anderson Fabiano 


(Um mimo poético para a frase “um lápis é uma infinidade de poemas não escritos”, roubada dos rascunhos de Helena).

Imagem: Gethy

8 comentários:

Joaquim do Carmo disse...

Há lápis verdadeiramente prodigiosos, mesmo quando só deles restem os tocos... sempre preservam os dons de seus "parceiros"!
Aquele abraço, amigo! (é bom quando regressa do lado B...)

El Drac disse...

Siempre es un placer visitar su sitio, y poder llenar la mente de algazara con su poesía . Un gran abrazo

Helena Chiarello disse...

Barba...

Sempre me impressiona essa capacidade mágica que você tem de dar vida às palavras. Elas nascem, "bailarinas" como as aparas dos lápis que desenharam tantas histórias, "paridas em inocentes apontadores" (que eu diria serem o buril que então lapidava e dava forma aos sonhos...)

Agora, ao ler você, outra vez eu penso...
Um lápis é mesmo uma infinidade de poemas não escritos! Principalmente se estiver nas tuas mãos...

Amei demais! E amo sim. E mais, e sempre... E te beijo por isso também...

Anônimo disse...

Oi queridão!!!

Gostava quando te via dando forma aos sonhos... utilizando como base papel e um lápis qq , já eram esses "tocos abandonados" ... pois com muito talento vc cobria os espaços , colorindo com tintas e texturas e criava... puro sentimento...
O olhar da criança enxergava o quadro e o coração da menina se emocionava com o não sei o quê?... Era simplesmente genial!!
Tb eram poemas... embutidos talvez...
Hoje, não temos mais os quadros pq vc preferiu a essência... seus poemas...
Meu querido maninho, vc nasceu poeta, sua alma é de artista e como tal, não deve ser compreendida, e sim, admirada.

Que orgulho!!!

Um verdadeiro primor!!

Bjinho mil.
Leka.

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido amigo
Um maravilhoso poema,adorei.


Pois, um lápis é uma infinidade de poemas,
.................... Estupidamente, não escritos...

Concordo.

Deixo um beijinho
Sonhadora

Mahria disse...

Só mesmo um sábio poeta, para ver no lápis um parceiro.


Beijos
Mah

Xiomara disse...

No tenía tiempo de comentar discúlpame amigo querido!...la ventana del tiempo se cruza al pasado con los recuerdos…con el grafito también solemos navegar él en tiempo hermoso poema! beijos

Flor.MCecilia disse...

O que escrever,além deste show de poema,vem cheio de significantes verdades,o lápis nosso fiel companheiro,guarda nossos mais íntimos sentimentos e segredos..
Parabéns pela edição..amei Anderson..senti bem dentro de mim..
no meu Jardim..
Bjuss\Flor**