
Helenas
Paridas numa Grécia distante,
Cruzaram, deusas, inúmeros tempos
E, a cada, instante,
Se fizeram humanas
Paridas numa Grécia distante,
Cruzaram, deusas, inúmeros tempos
E, a cada, instante,
Se fizeram humanas
Pra deleite mundano dos poetas.
Sacras fêmeas,
Voláteis, efêmeras,
Desfilaram inquietudes
Com ventres que doaram vida e prazer
E choraram nossos prantos.
Seres que flutuaram etéreos,
Avassalando o bom senso
E irrompendo, ousadas,
Ora florais, ora almiscaradas,
O sentido do entorno.
De tantas Helenas,
Tenho uma...
Una, estrela singular
Desse palco que chamei vida.
Dádiva de Mecenas,
Sem ruivas ou longas melenas,
Plantada ness’alma, outrora, ermitã,
Como doce magia pagã.
Então, por mágicos instantes,
Mimetizo o fulgor que me invade,
Sou mago, poeta e amante
E, em cada poro que arde
Recebo seu gesto
Para ser, como ser,
.....Enfim,
..........(Com) sagrado.
Anderson Fabiano
Imagem: Helen of Troy, de Evelyn De Morgan, Wikipedia