16/11/2011

Acalanto de amor e paz













Acalanto de amor e paz

Nem sempre desejo seu verbo.
Aquele das palavras bem ditas,
Das rimas eruditas,
Das imagens perfeitas...
.......... Por vezes,
.......... Me bastam seu corpo, os cheiros
.................... E os suspiros cúmplices,
.................... Confessados aos travesseiros.

Nem sempre desejo seus olhos.
Aqueles que me excitam,
Convidam e fitam,
Com indisfarçável desejo.
.......... Por vezes,
.......... Me bastam a noite dos inocentes,
.................... O silêncio da submissão
.................... E nossos segredos indecentes.

Nem sempre desejo sua inquietude.
Aquela que busca as verdades,
Que foge das ambiguidades
E se deprime com a falta de justiça.
.......... Por vezes,
.......... Me bastam seu ventre, sua boca molhada,
.................... Uma discreta confissão
.................... E um afago parido do nada.

Por que na vida, amor,
Nem sempre é sempre.
Aquela coisa previsível,
Monótona, lógica e tangível.
.......... Por vezes, o sempre
.......... É bastante simples:
.................... Basta que seja você,
.............................. Amanteamadamente sempre.

Anderson Fabiano

Imagem: Google