30/11/2012

Ecos



















Ecos

Ouço gritos
Paridos nos porões
Da alma conturbada
E corro...

Braços estendidos,
Cúmplices
Que tateiam nas paredes viscosas
Do nada, do sempre, do nunca...

Chicotadas indevidas
Ardem-me nas costas
E a escuridão emoldura
Meu desespero.

Encontro suas mãos
Trêmulas, suadas, com medo,
E seus olhos sorriem
Por baixo da última lágrima.

Cedo meu ombro
Beijo sua boca
E seus gritos são,
Enfim,
Apenas novos gemidos de prazer.

Anderson Fabiano

Este poema se complementa com o poema Mudez, de Helena Chiarello, postado no Revelar.

Imagem: Google