Sabê-la
O que importa
Se você sempre “esquece” a chave na porta,
Quando chegamos em casa,
Só pra testar minha atenção?
Pensando bem,
Que importância tem
Você não saber dos seus óculos,
Se posso guiá-la
Pelas veredas de nossos carinhos?
Pra que tanto capricho
Com as dobras da camisola,
Se o que me consola
São os indecentes cochichos
E a redescoberta do corpo
Que você finge esconder?
Que mais poderia querer seu poeta,
Se a poesia brota de seus poros
Quando nosso desejo decreta
A urgência de nossas vontades
E o mundo nos sabe
Em grunhidos sonoros?...
Mas, nada disso
importa!
O que importa,
É que há sempre uma confissão muda,
E mais que confissão, um grito...
(Com data venia a Neruda)
Pois mais que simplesmente amá-la, Amor,
Te necessito.
Anderson Fabiano
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