Ode à musamada
Um sol de quinta-feira,
Cínico e vespertino,
Rompe os limites
Das linhas de bilro,
Imprime rendas à minha volta.
E rapta-me dos sonhos.
Desperto almiscarado
De odores e gestos
Entre pernas desnudas,
Ingênuas e desprotegidas
Quase fetais...
No merecido repouso
Da fêmeamada.
Pernas que escalaram meu corpo
Numa cavalgada frenética,
Mundana e sem fronteiras
De amazona no cio...
E gemeram e suspiraram...
Do sonho ao sonho...
É tempo de voltar para mim
Colecionar segredos,
Ser apenas realidade
E sorrir o amor confessado
Pela amante completa,
Que o mundo todo
Vê apenas poeta.