29/05/2010
Lápis
Lápis
Amarga-me rever na janela do tempo,
A quantos de ti condenei à morte,
Em reles tocos, abandonados ao relento,
Trocados pela efemeridade infantil
.......... De criar bailarinas paridas
.................... Em inocentes apontadores.
Agora, quando o tempo bate-me à janela,
Denunciando todos os tempos idos...
.......... Quando nem todos os desejos
.................... Se traduzem...
E as noites se alongam
.......... Em traduções simultâneas
.................... Da melhor paixão que soube preservar,
Reverencio-te parceiro
.......... De meus dons prescritos
.................... E sei-te sábio,
Pois, um lápis é uma infinidade de poemas,
.................... Estupidamente, não escritos...
Anderson Fabiano
(Um mimo poético para a frase “um lápis é uma infinidade de poemas não escritos”, roubada dos rascunhos de Helena).
Imagem: Gethy
03/05/2010
ReVoar
ReVoar
No voo que ninguém pensou
Uma liberdade nasceu,
..........Imprevista,
Sem rumo certo.
Mas, com destino sabido:
..........O amor buscado.
Na asa que ninguém percebeu
O abraço novo
..........Do amante imprevisto
Sem origem certa
Mas, o verbo esperado:
..........O amor doado.
No encontro que ninguém previu
O céu se apequenou
..........Pro par imprevisto
Origem e destino
Enfim, irmanados
....................E asas reveladas.
Anderson Fabiano
Estas letras deitaram-se à minha frente, após leitura de um conto de Lya Luft. AF
Imagem: Gethy (edição: Anderson Fabiano)
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